Oi gente!!! Trago hoje para vocês mais uma super Resenha de Colaborador! Desta vez é sobre o livro "A Aprendiz", a sequência de "O Clã dos Magos", ambos da Trilogia do Mago Negro. Bom, então confiram aqui as impressões de João Linhares e não deixem de comentar! :)
Atenção! Esta resenha pode ter spoilers do primeiro livro da série, "O Clã dos Magos". Leia a resenha neste link!
Sinopse:
Sozinha entre todos os aprendizes do Clã dos Magos, somente Sonea vem de uma classe menos privilegiada. No entanto, ela ganhou aliados poderosos, como Lorde Dannyl, recentemente promovido a Embaixador. Ele terá, agora, de partir para a corte de Elyne, deixando Sonea à mercê dos boatos maliciosos e mentirosos que seus inimigos continuam espalhando... até o Lorde Supremo entrar em cena. Entretanto, o preço do apoio de Akkarin é alto porque, em troca, Sonea deve proteger seus mistérios mais sombrios.
Enquanto isso, a ordem que Dannyl está obedecendo, de buscar fatos sobre a longa pesquisa abandonada de Akkarin sobre o conhecimento mágico antigo, o está levando a uma extraordinária jornada, chegando cada vez mais perto de um futuro surpreendente e perigoso.
Resenha:
Se existe uma forma incrivelmente eficiente de se escrever uma sequência, é trabalhar com fervor os erros cometidos no primeiro livro. Reler, identificar problemas, bolar soluções, manter a narrativa usada ou reinventar um estilo melhor que o previamente usado. E Trudi Canavan conseguiu resolver vários problemas do primeiro livro, e encaminha-se a resolver os outros e, por isso, tentou que dar-lhe os parabéns. E antes de começar, vale ressaltar que, sendo uma resenha de uma sequência, chances de spoiler do primeiro livro são altas, assim como do próprio "A Aprendiz".
Primeiramente, vamos, de forma generalizada, relatar a história do livro. Após Sonea descobrir a verdadeira realidade por detrás da força do Lorde Supremo do Clã, Akkarin, e dividir a informação com o administrador do Clã Lorlen (sem querer) e com o professor de alquimia e seu guardião, Rothen, ela entra na universidade, finalmente como aluna, após meses de aula de controle com o seu guardião, necessárias para estabilizar seu poder. Logo cedo descobre que será muito difícil conquistar amigos e seu espaço como maga, porque um colega seu de turma, Regin, torna-se um líder do bullying com a maga favelada, atormentando ela sempre que pode, e da maneira que pode. Além disso, temos que Lorlen nomeia Dannyl, amigo e ex-aprendiz de Rothen, como Segundo Embaixador do Clã em Elyne, com o intuito de lançar Dannyl em uma busca pelo país, passando por todos os reinos e buscando o passado de Akkarin, obviamente para tentar descobrir como, quando, onde e porque seu amigo, o Lorde Supremo, faz uso de magia negra.
Bem, dito isso, agora vamos lembrar do primeiro livro. Basicamente, ocorrem duas coisas ao longo do livro: Sonea foge ao descobrir que possui natureza para ser uma maga, e após ser encontrada, ocorre toda uma disputa entre os magos Rothen e Fergun para descobrir quem será o guardião da maga recém-descoberta. São gastas 500 páginas para narrar esses únicos dois fatos que quase não se desdobram, o que tornou a leitura demasiadamente cansativa. Além disso, o livro apresentava algumas confusões de narração, detalhes mal colocados e falta de exploração dos personagens. Pois bem.
Trudi resolve quase TODOS esses problemas. Primeiramente, vamos falar de Sonea. Trudi não poupou esforços em tornar a Sonea sem-graça da primeira parte do primeiro livro em uma Sonea amadurecida, com vontade de aprender, de estudar e uma personalidade fortíssima. Você sente como ela sente, e isso é muito difícil de fazer. Mais difícil ainda é passar a emoção mais complicada para o leitor: o medo. E quando Sonea sente medo, você sente medo. Além disso, as alegrias, as esperanças, as raivas, as tristezas: tudo isso é passado com clareza. E, sendo ela a personagem principal do livro, dá muito mais gosto ler quando é a Sonea que narra.
Além disso, Trudi resolve o problema do “arrastamento” do livro. A história não é, agora, apenas narrada por Sonea e Rothen. Agora temos Dannyl e Lorlen, participando constantemente como narradores. E ela faz isso de forma quase que perfeita, porque ela nivela perfeitamente o interesse do autor. Exemplo: Quando Sonea está naquela mesmisse de estudar, de sofrer bullying e de ir para a universidade, os capítulos dela são curtos, e se simultaneamente, Dannyl está em uma parte de sua busca que é incrivelmente atraente, com suspense e descobertas magníficas, seus capítulos são mais longos. Ela consegue, assim, direcionar com precisão a atenção do leitor na parte mais interessante do momento, e não se arrasta mais como antes, fazendo desse um dos meus pontos FAVORITOS no livro.
Continuando, Trudi ainda definiu muito melhor os personagens em si. Pouco sabíamos sobre Dannyl no primeiro livro, e agora sabemos muito. Até demais (quem ler entenderá). Começamos a simpatizar muito com Lorlen e Rothen, atormentados, por diversos motivos, por Akkarin e sua relação com magia negra e as consequências geradas por isso, envolvendo ambos e Sonea. Até mesmo Sonea, que sofre, sofre, e sofre ao longo do livro, conseguindo alguma vitória aqui ou ali. E, para o desgosto de Cery (que só aparece uma vez no livro, um dos pontos negativos), existe a introdução de Dorrien, filho de Rothen, na história, o qual se identifica muito com Sonea e, sendo recíproco, formam assim o possível casal da trilogia. Portanto, podemos ver que, nesse livro, os detalhes em relação aos personagens foram muito melhor aproveitados, assim como em cenas de batalhas, cenas de brigas e cenas de aventura. Mais um ponto para Trudi.
Mas, nem tudo são flores. A principal crítica a Trudi é que, se ela deixou de enrolar na história em si, ela levou a enrolação para outra parte do livro: as decisões dos personagens. Em várias, e não são poucas, partes do livro, o personagem narrador passa duas páginas ponderando como tomar uma decisão. Exemplo: Sonea pondera consigo mesma o que Akkarin pode fazer com sua família e amigos se ela revelar ao Clã sua verdadeira fonte de poder. Tudo bem. Agora, duas páginas para Sonea ponderar o motivo de Regin não estar lhe provocando em dado momento, ou Rothen ponderar se deve falar algo para Sonea, ou Dannyl ponderar se deve entrar em um país desconhecido: isso torna algumas coisas forçadas demais. Quando temos um motivo emocional pesado, como o primeiro exemplo, as nossas emoções se misturam com as dos personagens. Agora, em diversos momentos, ficamos querendo passar as páginas sem ler a balela ponderal de cada ser humano no livro.
Por fim, podemos dizer, com certeza, que o crescimento de Trudi foi exponencial. Acertou a correção na história, dobrando os narradores e, assim, dobrando os pontos de vistas, as emoções e os detalhes nos personagens; acertou a definição dos heróis, dos vilões, dos coadjuvantes; acertou no andamento da história; acertou no epílogo que puxará a continuação. Esses erros detalhistas parecem ser a marca da escritora, portanto espero encontrá-los no livro final da trilogia. E, apesar do final novamente clichê, e também apesar de ter afirmado, na minha resenha passada, que "O Clã dos Magos" não seria nem o terceiro livro que recomendaria a alguém ler, eu, João Linhares Braga, aqui mudo minhas palavras: "A Aprendiz" me dá as esperanças de, ao final da trilogia, poder dizer: depois de Harry Potter, tenho em mãos a melhor história de magos da atualidade.
3 comentários:
Essa trilogia é muito boa, os livros tem uma narrativa com um bom ritmo, tornando a leitura envolvente e cativante.
Histórias com mago são tão <3
E como sou super fã desse gênero, sempre quis ler a Trilogia do Mago Negro. Espero encontra-lo em um boa promoção XD
Eu gostei muito do primeiro livro. Não achei cansativo não. Espero gostar desse também e estou ansiosa com Sonea aprendendo magia. Não gostei de saber que Cery aparece pouco nesse livro.
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